Quinta das Marias (Dão) Parte I

Na primeira abordagem aos vinhos da Quinta das Marias noto que ficou no ar uma leve sensação de desilusão. Estava efectivamente à espera de mais, de muito mais. Estava à espera de algo desavindo, de qualquer coisa que desse mais pica. Atrevo-me a dizer que ficou nas beiças um leve sabor amargo. Queria mais. Queria sentir diferença, queria saborear frescura, acidez.


Quinta das Marias Rosé 2008. A cor ainda fez sorrir. Aquela luminosidade meio salmonada parecia querer dizer-me que era diferente. Não passou, apenas, de um embuste. O sabor e o aroma eram pesados e chatos. Um descuido na temperatura de serviço e é a morte do artista. Tive pena. Nota Pessoal: 12,5
Quinta das Marias Encruzado (Sem Barricas) 2008. Aromas e sabores secos. Estilo, tendencialmente vegetal. Folhagens. Sugestões a pedra molhada davam o tradicional toque mineral. A acidez tornava-o arisco, mais irrequieto. Mantinha-o em linha, segurava-o e bem.
Não sendo exuberante em aromas e sabores, gostei do seu comportamento. Conseguiu ser suficientemente austero e discreto. Nota Pessoal: 15,5
Quinta das Marias Encruzado (Com Barricas) 2008. Diferente do sem barricas. Forte, peitudo. Demasiado moderno. A fruta era espessa e gorda. Os cheiros fumados mudaram rapidamente para qualquer coisa mais enfartada. Ananás em calda, palha e muitos frutos secos. Roçou, por momentos, alguma monotonia, alguma linearidade.
Sabor cheio, estruturado. Vagueavam vegetais e citrinos. A acidez lá ia fazendo pela vida tentando manter níveis de frescura aceitáveis. Um vinho que podia ser de qualquer lado. Pessoalmente gostaria que fosse mais Dão. Nota Pessoal: 15

Post Scriptum: Os vinhos foram enviados pelo Produtor.

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