Altas Quintas Crescendo (Alentejo)

Como sabem, pelo menos para os sujeitos que perdem ínfimos segundos no Pingas no Copo, fui, e ainda sou, um seguidor atento e consequente apreciador dos vinhos Altas Quintas. Diria que, perdoem-me o desregamento, gostava de quase tudo. Era incapaz de torcer o nariz ao que se ia inventando nestas bandas da Serra de São Mamede.
Acercadas as novas colheitas do Altas Quintas Crescendo (Branco 2009 e Tinto 2007), pairou no ar uma perigosa penumbra. Ambos os vinhos cheiravam e sabiam perigosamente a receita. Desenhados a régua e a esquadro, revelando, sem qualquer pudor todos tiques, e mais alguns, de modernidade. Sem erros, sem arestas, sem pontas. Limpos, directos e previsíveis. Normais.

Parece absurdo, e será com toda a certeza, criticar estes atributos, mas ando empaturrado de beber quase sempre o mesmo. Manias minhas. De qualquer modo, nota positiva para o branco que meteu em cima da mesa sensações secas, estruturadas e cristalinas. O tinto, esse, arriscaria a dizer que será apenas mais um.
Sabemos, acho, que estes vinhos situam-se no grupo destinado ao consumo em larga escala, mas podiam, se possível, conceder-nos qualquer coisa diferente, mais arriscada.

Post Scriptum: Vinhos enviados pelo Produtor.

Comentários

Adega dos Leigos disse…
Ofereceram-me o tinto e tenho andado a adiar a sua prova. Já que falou nele, será o próximo tinto a ser aberto para poder partilhar com todos o que achei.
João Barbosa disse…
compreendo o que dizes. mas não bebi desta colheita, pelo que me calo para não dizer disparates. hei-de ver com minha própria boca.

abraço