Quinta de Sant'Ana

Enquadramento bonito, airoso e bucólico. Aliás todo o percurso até ao destino está repleto de diversos conjuntos de paisagens que fazem crer o que país ainda está estimado. São recantos, cantos, bocados, esquinas, pormenores que prendem a atenção. Não conhecia Gradil.


Não conhecia Gradil e por consequência não conhecia a Quinta de Sant'Ana. É daquelas coisas que não se justificam ou justificam-se, quiçá, por algum desinteresse não fundamentado. Passadas algumas horas, não muitas, percebi a enorme burrice que foi, até ao momento, não dar a importância devida ao projecto.







O aglomerado de edifícios e as cercanias justificam, por si só, uma visita demorada e contemplativa. Não se fica(rá) defraudado. Mesmo para os não apaixonados pelo vinho o espaço tem inúmeros pontos de interesse. 




Os vinhos provados foram: Riesling, Verdelho e Fernão Pires. Todos da Colheita de 2012. Pinot Noir 2011, Homenagem Barão Gustav von Furstenberg 2010 e Tinto Colheita 2012
Sobre os vinhos. Se há região onde não me choca o uso de castas não nativas, é a Estremadura (gosto mais que Lisboa). Aceito, compreendo e bebo sem qualquer constrangimento. A Quinta de Sant'Ana não é excepção no conjunto de produtores estremenhos. E entre a parafernália de castas made in outside portuguese borders existem algumas que prendem a atenção: pinot noir. E o de Sant'Ana tem, de facto, muito estilo. Mas a surpresa, por entre os brancos provados, caiu sobre o riesling: mineral, bem fresco, limpo e cristalino, a mostrar (boa) capacidade para evoluir em garrafa, para desenvolver-se e amadurecer com sentido. Ficou-me na retina.

Adega prática, bem aproveitada e onde existe uma simbiose entre o tradicional e o moderno. 

Vinhas rodeadas de floresta e plantadas em terreno com acentuado decline.  


Findo o périplo, fico com a sensação que esta zona desta encalhada Lusitânia, que chamam agora de Lisboa, é apaixonante, revela potencial, preferencialmente, para vinhos brancos. O Atlântico, os declives, a vegetação apontam para isso e eu, aqui entre nós, tenho olhado com (alguma) curiosidade para o que se vai fazendo, mesmo que conheça pouco, muito pouco.

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