A assertividade trauliteira

Quando a dúvida se instala cada vez mais, quando o cepticismo começa a ganhar raízes, devo dizer que admiro, cada vez mais, aqueles que ao coberto daquilo que julgam ser convicções bem fundamentadas, emitem opiniões com uma assertividade que faz estremecer o maior dos incautos. A sua assertividade é tão impetuosa, que crêem profundamente estar a desempenhar um papel messiânico, revelando que a luz certa não é aquela que vemos, mas é outra que não descortinamos, devido a uma profunda cegueira conjunta. 


Tenho que concordar, olhando para a história, que todos os movimentos filosóficos, religiosos foram em determinada altura, seitas com meia dúzia de gatos pingados aparentemente tresloucados da realidade, mas possuidores de uma visão sobre um futuro melhor. Por isso, é perfeitamente plausível que acreditem que um dia, determinadas minorias, se possam tornar em verdadeiras correntes de pensamento, capazes de influenciar centenas, milhares ou milhões. Mas para que o sejam de facto, é necessário que toquem no coração das pessoas pela graciosidade, pela paixão desbragada, se possível, e não por um conjunto de actos puramente trauliteiros e teimosos.

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